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Castro da Cigadonha

"Ruínas Castrejas da Cigadonha", designação de um lugar onde se ergue um cabeço, no lato do qual se veêm trechos de forte muralha já ruída em parte, que o povo da região considera restos de um "Castelo dos Mouros". Consiste num povoado fortificado amuralhado em forma circular.

Podem-se ver fragmentos que remontam à Idade do Ferro.

Lenda do Castro da Cigadonha:   

Em volta deste castro, correm várias superstições, as quais conduzem à crença da existência de grandes riquezas soterradas: "Em tal sítio estão duas talhas: uma de veneno e outra cheia de oiro. Feliz daquele que, ao cavar, topasse esta última; ficaria o homem mais rico do mundo. Grande desgraça resultará, porém, se for posta a descoberto a talha do veneno. Espalhar-se-à tão grande peste que muita gente morrerá.

Esta crença bem podia chamar-se conservadora, porque afasta um pouco daqueles sítios os cobiçosos que, se o temor os não peasse, com o tempo revolveriam tudo. Assim mesmo, de onde a onde há pedaços de muralha derruída por via das brochas que nela fazem com o intuito de toparem um vitelo de oiro que ali supõem existir. Um gato insculpido, que ninguém até à data conseguiu descobrir, indica o sítio certo onde se encontra o vitelo.

Não faltam por lá moiras, atarefadas na manhã de S. João, a estenderem roupa sobre os penedos e a assoalharem moedas de oiro."

A fé cega em grandes riquezas ocultas, tem raízes fundas no espírito do povo.

«Na encosta fronteira ao "Castelo dos Mouros", já lá vão bons 50 anos, M.B. de Carviçais, encontrou, ao cavar, uma talha de barro, que libertou com cuidado da terra ambiente. Ao ver na sua frente a talha intacta que supunha atulhada de peças de oiro, volta-se para os filhos que o acompanhavam na dura e ingrata faina do revolver a terra:

- Oh! Filhos, não «caveis» mais que estamos ricos!

E num repelão, atirou com a enxada para o ribeiro.

Esvaziada com cuidado a talha, foi grande a desilusão ao verificarem que só terra ela continha. Furioso com o desengano, o homem escacou-a em mil bocados.»

Necrópole de São Cristóvão

S. Cristóvão, situado no Canamor.

Aí dizem ter existido uma igreja com cemitério.

Nas imediações, encontramos ainda, actualmente, vestígios de uma povoação romana, com necrópole e, catorze sepulturas cavadas na rocha.

Chelindrão da Presa

Chelindrão da Presa, situado no caminho de Mondego, na Presa, monólito sui generis e de grande dimensão, pode observar-se, em redor, um conjunto de blocos graníticos esféricos, circundantes e invulgares, com covinhas singulares, de origem desconhecida, imprimindo ao local um sentimento misterioso e lendário, convidando o visitante curioso a recuar no tempo e a deixar envolver-se pelo imaginário que habita em cada um de nós.

A lenda popular conta de acordo com os mais antigos que a grande quantidade de covinhas, concavidades de alguns monólitos arredondados, seriam “tigelas onde os mouros comiam”, acrescentando, que o facto de estarem invertidas sugere “louça arrumada”, pois o bloco monolítico, rodando, por-se-ia na posição adequada à refeição, volvendo-se de novo, após esta ter terminado.

Outra lenda, denominava-os de “cinco penedos”, que no sítio do Chelindrão da Presa, há cinco blocos enormes de pedra com forma esférica com que os mouros jogavam os paus, diz a lenda, sendo a envolvência destes blocos esféricos preenchida por outros, no topo dos quais se distribuem várias covinhas.

As Cruzes

As cruzes surgem em Carviçais, localizadas geralmente à entrada da povoação, como marca da devoção às almas do purgatório, com a intenção de que os que passam se lembrem delas, ficando na memória do povo esta oração: “Alminhas que estais penando, Lembrai-vos de nós, que estamos passando.”

Podemos referir a existência de três cruzes. A cruz no Cabo do Tapados, situava-se à saída da povoação para Freixo de Espada À Cinta, do lado esquerdo, e, quando da construção do restaurante O Artur, foi demolida. Em relação às outras duas, uma localiza-se à entrada da povoação, vindo de Moncorvo, à Serra Nova, onde se pode observar o Cristo e num “dócil” apresenta uma pintura já deteriorada, mas onde ainda surgem as alminhas aos pés de Nossa Senhora. A outra encontra-se na encruzilhada para o caminho de Mós, Nogueirinha e Devesa. Há ainda uma outra cruz na Presa, de significado diferente, sinalizando o local onde nasceu o Chico da Presa.

Para além destas, há ainda as cruzes existentes no percurso de acesso ao Cemitério, a partir da Rua do Cimo do Povo, as cruzes da semana santa, assinalando a via sacra.

Barragem de Vale de Ferreiros

Construída em Vale de Ferreiros em 1983, para abstecimento de água às povoações, Carviçais, Mós, Zona Industrial e Torre de Moncorvo.

Actualmente, o abastecimento de água a Carviçais está reforçado com a água proveniente de novas captações, e esta albufeira destina-se essencialmente à povoação de Mós e zona industrial de Moncorvo.

É um local bastante aprazível e grande beleza, visitado por muitos visitantes ao longo do ano.