Capelas

Capela do Santo Cristo

A capela do Santo Cristo foi construída em 1743 por ter sido demolida, em 1740, a de S. Bartolomeu que se localizava quase no centro da Praça, onde atualmente se faz a fogueira do Natal. Esta foi demolida com o intuito de se arranjar espaço para a feira anual de S. Bartolomeu que se fazia, no dia 24 de Agosto, dia da festa do santo que lhe deu o nome, sendo também conhecida por feira da seda. Consequentemente, devido à demolição da capela, o que não agradou, sem dúvida à maioria da população, as autoridades locais foram criticadas e denominadas de hereges. Em resposta à crítica e por influência de um conterrâneo membro da Companhia de Jesus, decidiram erguer, também na Praça, mas lateralmente, deixando o meio amplo, para não constituir obstáculo, a capela do Santo Cristo.

A capela do Santo Cristo, de “planta rectangular, aparece-nos caracterizando-se pelo seu estilo barroco Joanino. Apresenta uma porta com um frontão triangular curvo e interrompido, encimado por uma janela ocular lobulada, que por baixo tem inserida uma cartela com a data de 1743. Por sua vez, a porta aparece-nos ladeada por dois janelões com balcões de pedra salientes e apoiados em “cachorros”. De lado, podem observar-se dois cunhais com pilastras, terminando em duas pirâmides boleadas e por cima da empena vemos uma pequena sineira com uma cruz.

No seu interior, podemos apreciar uma nave rectangular cujo pavimento é em granito e três altares. Ao fundo, o principal, é dedicado ao Senhor Crucificado e os laterais, ao Senhor da Cana Verde e ao Senhor dos Passos. O tecto, em madeira, com cobertura interior em forma de berço, permite-nos observar algo maravilhoso, devido à pintura que o reveste, com cenas da vida de Cristo, datadas do início do séc. XIX. Foi considerada monumento de interesse concelhio, em vias de ser reclassificada como património de interesse nacional, pólo de atracção dos Carviçaenses à sua terra natal e outros turistas atraídos pela beleza arquitectónica deste monumento e singularidade das suas pinturas.

Capela de Santa Bárbara

Construída em 1736, fica situada num dos pontos mais altos, a poente da freguesia, miradouro de onde se contemplam vastos horizontes e de rara beleza.  

A capela foi erigida no monte de Carvoisos, um alto, proveniente do amontoar das escórias e escumalha do ferro, que ali se foram acumulando, devido à existência de uma fundição de ferro, onde, nos velhos tempos, se fabricava o melhor ferro da Península, dito ferro branco, e que funcionou, rodeada, na altura, por vários palheiros, alguns ainda hoje existem, servindo de apoio aos fornos da fundição, alimentados com a lenha proveniente da densa mata de carvalhos existente na zona do cemitério. O nome de Santa Bárbara advém-lhe, provavelmente, porque a santa era padroeira dos fundidores, mineiros, ferreiros e artilheiros.

Caracterizada pelo estilo barroco jesuítico e possuindo apenas uma porta, esta capela apresenta em cima, um frontão curvo com voltas e interrompido. No tímpano surge uma cartola com a data da construção, observando-se um nicho reentrante, bem trabalhado, mas desprovido de imagem. Na parte superior, observa-se um janelão sineiro pequeno e ajeitadinho, encimado com uma cruz, e quatro pináculos nas pilastras salientes dos cunhais. No seu interior, é pequena e apresenta um altar ao meio, onde podemos ver Santa Rita de Cássia.

Capela do Divino Espírito Santo

Esta localiza-se no ponto mais alto da povoação, denominado Cimo do Povo. Tal como à capela de Santa Bárbara, também a esta, já
remetiam as Memórias Paroquiais de 1758, o que nos leva a inferir que foi erigida bem antes de 1758, sendo construída toda em cantaria

Embora dedicada ao Divino Espírito Santo, que ocupa o centro do Altar-Mor desta, assumindo a forma de pomba, descendo, no dia do Pentecostes sobre Nossa Senhora e os doze Apóstolos, reunidos no Cenáculo de Belém, que pintados, em quadro, completam o fundo desta devoção, tem ao centro a imagem de Nossa Senhora dos Remédios. A ladear o altar-mor, de um lado, surge Santa Luzia, Padroeira da vista e do outro, o Mártir S. Sebastião, cuja festa da aldeia é em sua honra.

Capela de São Pedro

Não se sabe a data da sua construção. É considerada uma capela bastante antiga, pois com portadas de madeira, surge com sacristia e pia baptismal, pelo que se pensa poder ter sido, em tempos, igreja matriz. Fica situada próximo do Egal na divisória do termo de Carviçais e Mós.

Apresenta como particularidade o retábulo do altar, constituído por uma pedra inteiriça de xisto, contendo uma pintura, a óleo, de Cristo Crucificado. Por esta característica, é-lhe atribuído também nome de “Capela do Senhor da Lousa”. 

Desde a extinção do concelho de Mós (1836) e da nova delimitação do concelho de Mós e Carviçais, a capela de S. Pedro foi testemunho e motivo de antigas quezílias entre os de Mós e de Carviçais e deu origem a conflitos e motins entre os moradores das duas freguesias, aquando da grande romaria que ali se realizava. Na actualidade, a capela de S. Pedro consta nos registos da Junta de Freguesia de Carviçais, como pertença desta freguesia, pelo que os carviçaenses consideram-na pertença de Carviçais, efectuando aí, anualmente a festa em honra de S. Pedro.

Capela dos Anjos

Situa-se próximo à margem direita da ribeira do Mondego-Arcas, que repleta de amendoeiras nos oferece uma paisagem belíssima quando da amendoeira em flor.

Foi construída pelos frades da Congregação de S. Filipe de Nery, Oratorianos, do convento de Freixo de Espada À Cinta. Os terrenos circunvizinhos eram propriedade da Congregação. A capela servia para praticar o culto e se recolherem as gentes quando vinham trabalhar nos terrenos. 

A lenda associa a construção desta capela à antiga povoação de S. Cristóvão. Segundo a tradição oral, ainda destes tempos, quando os frades do convento de Freixo eram desterrados, por mau comportamento, iam para a Quinta das Arcas, para lá da ribeira. Os povos à volta aí acorriam à celebração das missas; mas, quando a ribeira de Mondego, que vem da ribeira das Arcas, devido ao mau tempo, levava muita corrente, o povo via-se impossibilitado de assistir à missa por não a poder atravessar. Então, os frades pediram que se construísse uma capela em substituição da existente para cá da ribeira, surgindo, assim, por volta de 1730, a capela dos Anjos, de que actualmente apenas restam as paredes.